Está em processo final de desenvolvimento um projeto de sistema de sensoriamento IoT para empresa Natura na forma de um dispositivo para medir as condições ambientais e umidade de sementes florestais e folhas, em regiões remotas da Amazônia. Esse dispositivo, além de enviar e coletar dados, auxiliará na colheita de folhas e sementes e impactará diretamente na bioeconomia da região norte do país, aumentando a produtividade de famílias dependentes dos processos de colheita e evitando desperdícios, o que gera sustentabilidade e eficiência.
O sistema de sensoriamento IoT foi desenvolvido pelo ISI SIM para a empresa Natura, com apoio do programa BNDES IoT. Essa tecnologia dará suporte à atividade florestal na coleta e preparação de grãos e folhas, e viabilizará o suporte técnico operacional para comunidades extrativistas, com acompanhamento da área de Gerência Científica da empresa.
Além disso, permitirá o acompanhamento técnico, rastreio e verificação do atendimento dos requisitos de qualidade, minimizando perdas no armazenamento, transporte e transformação. O sistema em desenvolvimento medirá a umidade dos itens coletados e também as condições ambientais e localização. Os dados serão transportados via telefonia celular para rede global de servidores (nuvem). Além da tecnologia das funções de sensoriamento, o SENAI INOVAÇÃO desenvolveu a plataforma de software necessária coerente com os preceitos de sustentabilidade adotados pela Natura, o ISI desenvolverá o sistema de sensoriamento e transmissão de dados em regime offgrid, com alimentação de energia de origem solar fotovoltaica.
Houve a última etapa de desenvolvimento (macro entrega 3) que apesar das dificuldades de temperatura e umidade na região de São Leopoldo, onde o ISI SIM está localizado, foram realizados testes com sucesso.
“Uma consolidação do conhecimento gerado […] Um momento para trazer suas contribuições para o desenvolvimento, afinal de contas, é um trabalho em cooperação.” Comentou Vitor Nardelli, pesquisador-chefe do ISI SIM, durante a entrega final do projeto.
Na reunião também houve comentários de todos os envolvidos nesse projeto, que teve seu início em julho de 2021, e passou previamente pela aprovação de conceito do hardware pré-processamento em ambiente controlado. Uma das pautas foram os testes do protótipo do dispositivo ao coletar dados e enviar para plataforma em nuvem ao ser testado em ambiente relevante.
“Ver essa construção é muito legal, vocês trouxeram de uma forma que fica bem ilustrativo com vídeos. Mais do que no currículo, mais do que a patente, para gente é um instrumento de desenvolvimento das cadeias produtivas que nós trabalhamos na Amazônia. O motivo maior pelo qual a gente insistiu tanto em fazer é porque queremos ter essa tecnologia aplicada em áreas muito remotas. Esse foi o grande motivador. […] Eu vi que vocês fizeram a melhor competência técnica possível. Eu sei que vocês trabalharam usando os materiais mais acessíveis possíveis para atender técnico e financeiro.” Comentou Cintia Ferrari, Gerente Científica da Natura.
“Muito mais que patentes. O inovador é legal, mas melhor ainda inovar para o impacto positivo que a gente está levando para as cadeias produtivas e para região do norte, principalmente essa que é mais difícil os acessos, para gerar essa bioeconomia da floresta. Para a gente isso é muito importante, não só para a gente, mas par todas as comunidades que precisam ser monitoradas. É difícil unir a ciência com a realidade local. É complexo. Vocês (ISI SIM) absorveram e acho que foi um projeto super rico e por isso digo que isso irá render muito outros projetos.” Disse Carolina Domenico, Gerente Científica da Natura, ao término da reunião.
Ainda em reunião, foi apresentado pela equipe do ISI SIM o aplicativo mobile que será utilizado para monitoramento dessas informações, suas funcionalidades e a análise dos dados coletados durante os testes do protótipo, realizados na unidade do ISI SIM em São Leopoldo.
Agora, estuda-se escalar esses protótipos para realizar testes em situações reais e num futuro muito próximo, implementar essa tecnologia na realidade de diversas famílias que dependem da colheita de folhas e sementes na Amazônia.